Ano passado estive na Escola
Vila (Fortaleza,Ceará) em visita como meus alunos de Graduação em
Psicologia. Queria mostra-los uma Escola que é conhecida por ser “diferente”
das tradicionais. Para mim, a Vila é um exemplo de escola que utiliza a
Aprendizagem colaborativa, na qual os alunos e os professores estão em
constante diálogo e interação em diferentes
espaços, vendo matérias que, muitas vezes, são vistas como “dispensáveis” por
aqueles que tem a mentalidade voltada para o vestibular, tais como teatro,
música, marcenaria, etc....Lembro que uma das coisas que mais chamou minha
atenção foi a forma de avaliação adotada por eles, pois os alunos também dão
notas para os seus colegas de classe. Não é interessante?? Acho que tem tudo
haver com a co-responsabilidade que todos os membros de um grupo possuem pela
aprendizagem uns dos outros, princípio da Aprendizagem colaborativa. Segue o
link da Vila para quem tiver interesse de conhecer mais sobre essa Escola: http://www.escolavila.com.br/
. Vale a pena conhecer!
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Professores X Alunos na Aprendizagem colaborativa
E
como ficam as relações entre os alunos e professores na Aprendizagem colaborativa?Em
um processo de aprendizagem colaborativa, todos são “professores”. Isto quer
dizer que as relações de hierarquia verticalizadas são rompidas em prol de uma
relação horizontal na qual todos estão dispostos a compartilhar conhecimentos e
aprender uns com ou outros, por isso Sá e Sobrinho apontam (texto “Aprendizagem colaborativa assistida por
computador- cscl: primeiros olhares”) que neste modelo o “professor
agora também
recebe informações, bem como o aluno pode ser professor de seus companheiros”.
Você
deve estar se perguntando: então, para que professor? O professor serve como um
condutor, um orientador do processo, mostrando os melhores caminhos por onde
dar. Há alguns meses atrás, vi diversas discussões nas redes sociais acerca do
“término” da profissão de professor, pois a tecnologia os substituiria. Bem, na
minha percepção, isto não é possível pois a tecnologia em si, sozinha, não
promove aprendizagem, em verdade, conforme pontuam os referidos autores, a interação
professor/ tecnologia/ aluno continua sendo a responsável pelo bom
desempenho do processo.
Reflexões sobre a Aprendizagem Colaborativa na web......
Interação e comunicação,
para mim, são a chave de um aprendizado mais rico, refletivo e conectado com a
realidade do aprendiz, o que torna a aquisição de conhecimento não uma
obrigação, mas sim um prazer!! O interessante a pontuar é que esta lógica
também pode ser adotada nas metodologias online
que utiliza recursos de informática para mediar estas relações, tentando torna-las
mais interativas com o intuito de romper com a lógica depositária do ensino
bancário. Esta visão acerca da aprendizagem online
muito me alegra, pois um dos meus medos era que, devido à “ausência” dos
encontros presencias, a interação e a troca de ideias se perdesse....
domingo, 4 de novembro de 2012
Somos Carmen Laenia Almeida Maia de Freitas & Rebeca Carvalho de Morais, alunas do Curso Formação Inicial de Tutores do Instituto UFC Virtual, e traremos neste blog temáticas referentes a Educação, a Tutoria e a Pedagogia dentro do Contexto da Sociedade do Conhecimento a partir das possibilidades surgidas com as Tecnologias da Informação e da Comunicação dentro WEB 2.0.
Inicialmente, abordaremos sobre a Aprendizagem Colaborativa.
"A aprendizagem colaborativa é uma abordagem metodológica que busca promover a elaboração de novos conhecimentos por meio da interação e do engajamento mútuo entre pessoas numa determinada situação, compartilhando objetivos em comum." (Dillenbourg, 1999).
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Texto - Mudanças Profundas e Contraditórias de José Manuel Moran
Mudanças profundas e contraditórias
José Manuel Moran
Professor de Comunicação, Educação e Tecnologias *
http://www.eca.usp.br/prof/moran/
As mudanças são mais profundas do que muitos imaginam a primeira
vista: mexem com a organização da economia, da política, dos
serviços, da educação, da comunicação. Criam-se dois mundos - o
físico e o digital - que se interligam, entrecruzam e complementam
de forma inimaginável poucos anos atrás e que caminham para níveis
de convergência muito superiores.
Estamos conectados em redes cada vez mais ricas, audiovisuais,
inteligentes. As cidades tornam-se mais digitais: todos os serviços
poderão ser acessados e solucionados de qualquer lugar, com
qualquer tipo de tecnologia móvel e de forma mais econômica.
Apesar dos avanços nos costumes, na educação e nos valores, há um
forte descompasso entre o avanço tecnológico e científico e o
desenvolvimento pessoal e social. Temos tecnologias maravilhosas
para usos relativamente banais e superficiais. É contraditório que
milhões de pessoas acompanhem com atenção pessoas confinadas
numa casa durante meses e que os transformem em celebridades ao
menos por um tempo. Os serviços que mais crescem são os de
pornografia e os de fofocas. Muitas pessoas se contentam com pouco,
evoluem pouco, apesar do imenso potencial que possuem.
Quando vemos a vivacidade das crianças e o desencanto de grande
parte dos adultos sentimos que algo se perdeu nessa caminhada. Que
aprendemos tudo menos o principal: a gerenciar nossas pessoas,
nossos grupos, nossas cidades, nossos países. Avançamos, mas
podemos ir muito mais longe. A quantidade de pessoas depressivas,
solitárias, desesperançadas atesta que ainda falta muito para termos
uma sociedade sadia, realizada, solidária, participativa.
Estamos avançando. As novas gerações são mais inteligentes, mas
crescem dentro de uma sociedade muito individualista, competitiva e
que supervaloriza o ter, os bens materiais, a juventude, o corpo. A
corrupção, o levar vantagem está disseminado em todas as classes
sociais e fragiliza a convivência, a confiança, a esperança. Tudo
aponta para uma sociedade melhor, mas não podemos esperar que
isso irá acontecer por passes de mágica, por decisões de governantes
messiânicos, por tecnologias avançadas.
Cada geração aprende um pouco com os erros das outras, mas
continua cometendo seus próprios erros, porque todos somos muito
contraditórios, cheios de tensões e insatisfações difíceis de preencher
a longo prazo.
Mesmo com tantas demandas, avançamos muito mais devagar do
que se imagina pelo peso dos costumes, hábitos, valores. Nossas
idéias e expectativas são também muito mais ágeis do que nossas
práticas. Há sempre um distanciamento grande entre os desejos e a
ação. Tendemos a repetir processos, escolhas, procedimentos, na
maior parte das vezes. Só quando estamos intimamente convencidos
podemos dar um salto de qualidade na aprendizagem, nas escolhas,
nas práticas.
Acreditamos que somos objetivos, que percebemos com isenção e
julgamos sem paixão. Mas tendemos a procurar o que confirma
nossas idéias, crenças e valores, procurar consonância afetiva e
sentir-nos bem com nossas escolhas. Por isso é tão importante gostar
de aprender, de conhecer, porque o conhecimento é o primeiro
caminho para a mudança e se constrói a partir de constantes desafios
e atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e
a criatividade.
À medida que criamos um ambiente de paz dentro de nós e ao nosso
redor, evoluímos pessoalmente. A paz é um processo resultante de
uma síntese equilibrada de vida: integrar o conhecimento, a
afetividade e a ética; encarar de forma aberta a vida em todas as
suas possibilidades e limitações; encontrar espaços profissionais
estimulantes, e desenvolver relacionamentos maduros e profundos
conosco e com pessoas significativas.
Mostramos em cada etapa de nossa vida o que verdadeiramente
aprendemos pelo grau de humanização, paz e integração que
atingimos e pela força da nossa comunicação como pessoas cada vez
mais abertas, confiantes e humildes.
Evoluímos também pela construção de redes significativas de
comunicação pessoais, grupais e sociais. Quanto mais ricas essas
redes, mais chances teremos de aprendizagem e de realização como
pessoas e mais úteis nos tornaremos para os grupos e organizações
aos quais nos vinculemos e para a sociedade como um todo.
A educação equilibrada, integrada de cada um de nós e a
aprendizagem a conviver com uma sociedade que equilibre mais o
pessoal e o social, o material e o humano nos ajudarão a avançar
pessoal e socialmente, a diminuir os desequilíbrios e desigualdades e
a caminhar para uma convivência mais realizadora, progressista e
justa. Não se fará isso em poucos anos, mas nos toca contribuir neste
momento para que a desigualdade diminua e a realização aumente.
Estamos num período de mudanças complexas e fortes entre formas
tradicionais de organizar o mundo e outras que ainda estão em
implantação e que podem levar-nos a níveis mais ricos de
conhecimento, de convivência, valores e realizações. Depende de
nós.
José Manuel Moran
Professor de Comunicação, Educação e Tecnologias *
http://www.eca.usp.br/prof/moran/
As mudanças são mais profundas do que muitos imaginam a primeira
vista: mexem com a organização da economia, da política, dos
serviços, da educação, da comunicação. Criam-se dois mundos - o
físico e o digital - que se interligam, entrecruzam e complementam
de forma inimaginável poucos anos atrás e que caminham para níveis
de convergência muito superiores.
Estamos conectados em redes cada vez mais ricas, audiovisuais,
inteligentes. As cidades tornam-se mais digitais: todos os serviços
poderão ser acessados e solucionados de qualquer lugar, com
qualquer tipo de tecnologia móvel e de forma mais econômica.
Apesar dos avanços nos costumes, na educação e nos valores, há um
forte descompasso entre o avanço tecnológico e científico e o
desenvolvimento pessoal e social. Temos tecnologias maravilhosas
para usos relativamente banais e superficiais. É contraditório que
milhões de pessoas acompanhem com atenção pessoas confinadas
numa casa durante meses e que os transformem em celebridades ao
menos por um tempo. Os serviços que mais crescem são os de
pornografia e os de fofocas. Muitas pessoas se contentam com pouco,
evoluem pouco, apesar do imenso potencial que possuem.
Quando vemos a vivacidade das crianças e o desencanto de grande
parte dos adultos sentimos que algo se perdeu nessa caminhada. Que
aprendemos tudo menos o principal: a gerenciar nossas pessoas,
nossos grupos, nossas cidades, nossos países. Avançamos, mas
podemos ir muito mais longe. A quantidade de pessoas depressivas,
solitárias, desesperançadas atesta que ainda falta muito para termos
uma sociedade sadia, realizada, solidária, participativa.
Estamos avançando. As novas gerações são mais inteligentes, mas
crescem dentro de uma sociedade muito individualista, competitiva e
que supervaloriza o ter, os bens materiais, a juventude, o corpo. A
corrupção, o levar vantagem está disseminado em todas as classes
sociais e fragiliza a convivência, a confiança, a esperança. Tudo
aponta para uma sociedade melhor, mas não podemos esperar que
isso irá acontecer por passes de mágica, por decisões de governantes
messiânicos, por tecnologias avançadas.
Cada geração aprende um pouco com os erros das outras, mas
continua cometendo seus próprios erros, porque todos somos muito
contraditórios, cheios de tensões e insatisfações difíceis de preencher
a longo prazo.
Mesmo com tantas demandas, avançamos muito mais devagar do
que se imagina pelo peso dos costumes, hábitos, valores. Nossas
idéias e expectativas são também muito mais ágeis do que nossas
práticas. Há sempre um distanciamento grande entre os desejos e a
ação. Tendemos a repetir processos, escolhas, procedimentos, na
maior parte das vezes. Só quando estamos intimamente convencidos
podemos dar um salto de qualidade na aprendizagem, nas escolhas,
nas práticas.
Acreditamos que somos objetivos, que percebemos com isenção e
julgamos sem paixão. Mas tendemos a procurar o que confirma
nossas idéias, crenças e valores, procurar consonância afetiva e
sentir-nos bem com nossas escolhas. Por isso é tão importante gostar
de aprender, de conhecer, porque o conhecimento é o primeiro
caminho para a mudança e se constrói a partir de constantes desafios
e atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e
a criatividade.
À medida que criamos um ambiente de paz dentro de nós e ao nosso
redor, evoluímos pessoalmente. A paz é um processo resultante de
uma síntese equilibrada de vida: integrar o conhecimento, a
afetividade e a ética; encarar de forma aberta a vida em todas as
suas possibilidades e limitações; encontrar espaços profissionais
estimulantes, e desenvolver relacionamentos maduros e profundos
conosco e com pessoas significativas.
Mostramos em cada etapa de nossa vida o que verdadeiramente
aprendemos pelo grau de humanização, paz e integração que
atingimos e pela força da nossa comunicação como pessoas cada vez
mais abertas, confiantes e humildes.
Evoluímos também pela construção de redes significativas de
comunicação pessoais, grupais e sociais. Quanto mais ricas essas
redes, mais chances teremos de aprendizagem e de realização como
pessoas e mais úteis nos tornaremos para os grupos e organizações
aos quais nos vinculemos e para a sociedade como um todo.
A educação equilibrada, integrada de cada um de nós e a
aprendizagem a conviver com uma sociedade que equilibre mais o
pessoal e o social, o material e o humano nos ajudarão a avançar
pessoal e socialmente, a diminuir os desequilíbrios e desigualdades e
a caminhar para uma convivência mais realizadora, progressista e
justa. Não se fará isso em poucos anos, mas nos toca contribuir neste
momento para que a desigualdade diminua e a realização aumente.
Estamos num período de mudanças complexas e fortes entre formas
tradicionais de organizar o mundo e outras que ainda estão em
implantação e que podem levar-nos a níveis mais ricos de
conhecimento, de convivência, valores e realizações. Depende de
nós.
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