quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Aprendizagem colaborativa na prática: A Escola Vila






 Ano passado estive na Escola Vila (Fortaleza,Ceará) em visita como meus alunos de Graduação em Psicologia. Queria mostra-los uma Escola que é conhecida por ser “diferente” das tradicionais. Para mim, a Vila é um exemplo de escola que utiliza a Aprendizagem colaborativa, na qual os alunos e os professores estão em constante diálogo  e interação em diferentes espaços, vendo matérias que, muitas vezes, são vistas como “dispensáveis” por aqueles que tem a mentalidade voltada para o vestibular, tais como teatro, música, marcenaria, etc....Lembro que uma das coisas que mais chamou minha atenção foi a forma de avaliação adotada por eles, pois os alunos também dão notas para os seus colegas de classe. Não é interessante?? Acho que tem tudo haver com a co-responsabilidade que todos os membros de um grupo possuem pela aprendizagem uns dos outros, princípio da Aprendizagem colaborativa. Segue o link da Vila para quem tiver interesse de conhecer mais sobre essa Escola: http://www.escolavila.com.br/ . Vale a pena conhecer!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Professores X Alunos na Aprendizagem colaborativa



E como ficam as relações entre os alunos e professores na Aprendizagem colaborativa?Em um processo de aprendizagem colaborativa, todos são “professores”. Isto quer dizer que as relações de hierarquia verticalizadas são rompidas em prol de uma relação horizontal na qual todos estão dispostos a compartilhar conhecimentos e aprender uns com ou outros, por isso Sá e Sobrinho apontam (texto “Aprendizagem colaborativa assistida por computador- cscl: primeiros olhares”) que neste modelo o “professor agora também recebe informações, bem como o aluno pode ser professor de seus companheiros”. 
 
 Você deve estar se perguntando: então, para que professor? O professor serve como um condutor, um orientador do processo, mostrando os melhores caminhos por onde dar. Há alguns meses atrás, vi diversas discussões nas redes sociais acerca do “término” da profissão de professor, pois a tecnologia os substituiria. Bem, na minha percepção, isto não é possível pois a tecnologia em si, sozinha, não promove aprendizagem, em verdade, conforme pontuam os referidos autores, a interação professor/ tecnologia/ aluno continua sendo a responsável pelo bom desempenho do processo.

Reflexões sobre a Aprendizagem Colaborativa na web......




  A ideia de uma educação onde a “interação” e o “engajamento mútuo” (Pilares da Educação Colaborativa, conforme Dillenbourg, 1999) em contraposição bancária muito me alegra, pois eu nunca fui uma aluna do “estilo bancário”. Sempre tive um espírito questionador e indagador e muito me lamentava o fato de não ter espaço para expor minhas ideias acerca do que eu lia sobre o mundo.  Neste sentido, sou bastante freiriana pois acredito que cada pessoa pode aprender desde que lhe sejam oferecidas condições favoráveis para tal. Sá e Sobrinho apontam (texto “Aprendizagem colaborativa assistida por computador- cscl: primeiros olhares”) que na aprendizagem colaborativa, o conhecimento é visto como um constructo social, no qual “cada membro do grupo é responsável pela sua aprendizagem e pela dos outros elementos, promovendo uma rede de interações sociais em que professores e alunos são envolvidos para a construção de um objetivo comum, no qual a colaboração ativa e a avaliação de todos são essenciais”. 



Interação e comunicação, para mim, são a chave de um aprendizado mais rico, refletivo e conectado com a realidade do aprendiz, o que torna a aquisição de conhecimento não uma obrigação, mas sim um prazer!! O interessante a pontuar é que esta lógica também pode ser adotada nas metodologias online que utiliza recursos de informática para mediar estas relações, tentando torna-las mais interativas com o intuito de romper com a lógica depositária do ensino bancário. Esta visão acerca da aprendizagem online muito me alegra, pois um dos meus medos era que, devido à “ausência” dos encontros presencias, a interação e a troca de ideias se perdesse....

Aprendizagem Colaborativa Segundo Ana Beatriz Gomes Carvalho

Aprendizagem Colaborativa Segundo Ana Beatriz Gomes Carvalho

domingo, 4 de novembro de 2012

Somos Carmen Laenia Almeida Maia de Freitas & Rebeca Carvalho de Morais, alunas do Curso Formação Inicial de Tutores do Instituto UFC Virtual, e traremos neste blog temáticas referentes a Educação, a Tutoria e a Pedagogia dentro do Contexto da Sociedade do Conhecimento a partir das possibilidades surgidas com as Tecnologias da Informação e da Comunicação dentro WEB 2.0. 

Inicialmente, abordaremos sobre a Aprendizagem Colaborativa. 

"A aprendizagem colaborativa é uma abordagem metodológica que busca promover a elaboração de novos conhecimentos por meio da interação e do engajamento mútuo entre pessoas numa determinada situação, compartilhando objetivos em comum." (Dillenbourg, 1999).



 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Texto - Mudanças Profundas e Contraditórias de José Manuel Moran

                                                  Mudanças profundas e contraditórias
                                                                 José Manuel Moran
                                        Professor de Comunicação, Educação e Tecnologias *
                                                       http://www.eca.usp.br/prof/moran/


As mudanças são mais profundas do que muitos imaginam a primeira
vista: mexem com a organização da economia, da política, dos
serviços, da educação, da comunicação. Criam-se dois mundos - o
físico e o digital - que se interligam, entrecruzam e complementam
de forma inimaginável poucos anos atrás e que caminham para níveis
de convergência muito superiores.
Estamos conectados em redes cada vez mais ricas, audiovisuais,
inteligentes. As cidades tornam-se mais digitais: todos os serviços
poderão ser acessados e solucionados de qualquer lugar, com
qualquer tipo de tecnologia móvel e de forma mais econômica.
Apesar dos avanços nos costumes, na educação e nos valores, há um
forte descompasso entre o avanço tecnológico e científico e o
desenvolvimento pessoal e social. Temos tecnologias maravilhosas
para usos relativamente banais e superficiais. É contraditório que
milhões de pessoas acompanhem com atenção pessoas confinadas
numa casa durante meses e que os transformem em celebridades ao
menos por um tempo. Os serviços que mais crescem são os de
pornografia e os de fofocas. Muitas pessoas se contentam com pouco,
evoluem pouco, apesar do imenso potencial que possuem.
Quando vemos a vivacidade das crianças e o desencanto de grande
parte dos adultos sentimos que algo se perdeu nessa caminhada. Que
aprendemos tudo menos o principal: a gerenciar nossas pessoas,
nossos grupos, nossas cidades, nossos países. Avançamos, mas
podemos ir muito mais longe. A quantidade de pessoas depressivas,
solitárias, desesperançadas atesta que ainda falta muito para termos
uma sociedade sadia, realizada, solidária, participativa.
Estamos avançando. As novas gerações são mais inteligentes, mas
crescem dentro de uma sociedade muito individualista, competitiva e
que supervaloriza o ter, os bens materiais, a juventude, o corpo. A
corrupção, o levar vantagem está disseminado em todas as classes
sociais e fragiliza a convivência, a confiança, a esperança. Tudo
aponta para uma sociedade melhor, mas não podemos esperar que
isso irá acontecer por passes de mágica, por decisões de governantes
messiânicos, por tecnologias avançadas.
Cada geração aprende um pouco com os erros das outras, mas
continua cometendo seus próprios erros, porque todos somos muito
contraditórios, cheios de tensões e insatisfações difíceis de preencher
a longo prazo.
Mesmo com tantas demandas, avançamos muito mais devagar do
que se imagina pelo peso dos costumes, hábitos, valores. Nossas
idéias e expectativas são também muito mais ágeis do que nossas
práticas. Há sempre um distanciamento grande entre os desejos e a
ação. Tendemos a repetir processos, escolhas, procedimentos, na
maior parte das vezes. Só quando estamos intimamente convencidos
podemos dar um salto de qualidade na aprendizagem, nas escolhas,
nas práticas.
Acreditamos que somos objetivos, que percebemos com isenção e
julgamos sem paixão. Mas tendemos a procurar o que confirma
nossas idéias, crenças e valores, procurar consonância afetiva e
sentir-nos bem com nossas escolhas. Por isso é tão importante gostar
de aprender, de conhecer, porque o conhecimento é o primeiro
caminho para a mudança e se constrói a partir de constantes desafios
e atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e
a criatividade.
À medida que criamos um ambiente de paz dentro de nós e ao nosso
redor, evoluímos pessoalmente. A paz é um processo resultante de
uma síntese equilibrada de vida: integrar o conhecimento, a
afetividade e a ética; encarar de forma aberta a vida em todas as
suas possibilidades e limitações; encontrar espaços profissionais
estimulantes, e desenvolver relacionamentos maduros e profundos
conosco e com pessoas significativas.
Mostramos em cada etapa de nossa vida o que verdadeiramente
aprendemos pelo grau de humanização, paz e integração que
atingimos e pela força da nossa comunicação como pessoas cada vez
mais abertas, confiantes e humildes.
Evoluímos também pela construção de redes significativas de
comunicação pessoais, grupais e sociais. Quanto mais ricas essas
redes, mais chances teremos de aprendizagem e de realização como
pessoas e mais úteis nos tornaremos para os grupos e organizações
aos quais nos vinculemos e para a sociedade como um todo.
A educação equilibrada, integrada de cada um de nós e a
aprendizagem a conviver com uma sociedade que equilibre mais o
pessoal e o social, o material e o humano nos ajudarão a avançar
pessoal e socialmente, a diminuir os desequilíbrios e desigualdades e
a caminhar para uma convivência mais realizadora, progressista e
justa. Não se fará isso em poucos anos, mas nos toca contribuir neste
momento para que a desigualdade diminua e a realização aumente.
Estamos num período de mudanças complexas e fortes entre formas
tradicionais de organizar o mundo e outras que ainda estão em
implantação e que podem levar-nos a níveis mais ricos de
conhecimento, de convivência, valores e realizações. Depende de
nós.